ArcelorMittal eleva projeção para demanda de aço
A ArcelorMittal, maior produtora de aço do mundo, elevou ontem a projeção para demanda global por aço, com a expectativa de retomada da indústria chinesa, mas disse que importações baratas seguiram prejudicando seus negócios.
A siderúrgica espera que o consumo aparente de aço, que considera níveis dos estoques, suba 2,5% a 3% em 2017 globalmente, ante previsão anterior de 0,5% a 1,5%. O aumento esperado reflete a recuperação do mercado chinês, informou a ArcelorMittal, que antes esperava declínio neste ano.
Embora a empresa tenha pouca exposição direta à China, o maior produtor e consumidor de aço do mundo tem grande impacto no mercado global. Dados econômicos recentes da China sugerem que a economia está crescendo mais rápido que o esperado, o que conduziu os futuros do aço para a máxima em três anos e meio.
Para toda a ArcelorMittal, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu 19% no segundo trimestre, para US$ 2,11 bilhões, em linha com a projeção de US$ 2,14 bilhões em pesquisa da Reuters com analistas.
A melhora do resultado deve-se aos negócios de mineração e às operações na Europa, já que o lucro nos Estados Unidos e no Brasil foi menor que em igual período de 2016.
A companhia reduziu ligeiramente a perspectiva para demanda no Brasil, que está saindo de uma longa recessão agravada pela crise política, e também nos Estados Unidos, onde se vê uma produção automotiva mais baixa.
A ArcelorMittal destacou também que as importações baratas da China e outros lugares para os seus principais mercados ainda é um problema.
“Continua sendo motivo de preocupação que não conseguimos capturar todos os benefícios do crescimento da demanda devido ao contínuo nível elevado das importações”, disse o presidente-executivo da empresa, Lakshmi Mittal, em comunicado.
Para proteger as empresas dos EUA contra importações de aço mais baratas da China, da Coreia do Sul e outros países, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse no começo deste mês que considerava a imposição de cotas e tarifas.
China – Os futuros de vergalhão de aço na China recuaram ontem após três pregões consecutivos de ganhos, cedendo mais de 2,4% durante a sessão devido ao sentimento de demanda fraca em meio a uma produção maior por usinas.
“Quando a onda de calor pelo país passar, a demanda pode não registrar uma recuperação consistente, apesar da sazonal melhora na atividade”, disseram analistas da Orient Futures em nota.
Os trabalhos de construção na China geralmente se reduzem durante os picos de calor do verão, fortalecendo-se novamente quando as temperaturas caem no outono, antes da chegada do inverno.
A administração meteorológica chinesa afirmou na última quarta-feira que mais de 85 localidades pelo país registraram temperaturas superiores a 40 graus Celsius. Algumas regiões tiveram recorde de calor.
O contrato do vergalhão de aço mais negociado na Bolsa de Xangai caiu 0,6%, para 3.570 iuanes por tonelada. Paralelamente, dado o recuo nos preços do aço, o contrato mais negociado do minério de ferro na Bolsa de Dalian caiu 0,2%, para 527 iuanes por tonelada.
Fonte: Instituto Aço Brasil