ArcelorMittal faz parceria para construir torres eólicas no Brasil
Fonte: O Globo
Empresa quer dobrar venda de aço para setor em dois anos
A ArcelorMittal espera dobrar suas vendas de aços longos para parques eólicos no Brasil nos próximos dois anos após acertar parceria para a produção de torres de aerogeradores construídas a partir de concreto armado. A companhia tem expectativa de fornecer 10 mil toneladas de aços longos nos próximos dois anos para a construção de parques geradores de energia eólica no país.
Atualmente, a empresa prevê fornecimento de 5 mil toneladas de aço entre vergalhões e cordoalhas na implantação neste ano de 58 torres nos complexos eólicos de Icaraízinho de Amontada e Taíba, no Ceará. Além de torres metálicas que utilizam aços planos, os postes que sustentam geradores de energia eólica a alturas que podem chegar a 120 metros podem ser produzidos a partir de concreto e estrutura de aço.
Segundo a ArcelorMittal, a expectativa de dobrar o fornecimento de aço para o segmento decorre de processos de concorrência em andamento para a construção de outras 100 torres eólicas no país. A entrada da empresa no segmento ocorre em um momento em que siderúrgicas ao redor do mundo enfrentam excesso de capacidade produtiva mundial, fraqueza de preços e demanda incerta. O ambiente tem feito usinas do Brasil a focarem no mercado interno, mais rentável que exportações.
A companhia afirmou que “a empresa não quer vender aço in natura, mas aço agregado a uma solução. Ninguém mais oferece esse produto no país”. A ArcelorMittal vai fornecer o aço para o concreto armado das torres que serão construídas em anéis modulares pela brasileira CTZ Power. Segundo a siderúrgica, a parceria desenvolveu um conjunto de equipamentos para a produção das torres no próprio terreno da usina eólica, evitando custos de logística com o transporte das torres por rodovias a seus locais de instalação.
A capacidade instalada de energia eólica do Brasil cresceu em 1.077 megawatts (MW) em 2012 para um total de 2.508 MW, segundo dados do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC). Enquanto isso, em toda a América Latina, o total no período passou de 2.280 MW para 3.505 MW.
Os investimentos em 2012 no setor somaram cerca de R$ 7 bilhões em 2012, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). A previsão é que os investimentos cheguem a 50 bilhões de reais até 2020.