CSN estima que consumo por aços planos cresça 4,7% no Brasil em 2020
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou nesta quinta-feira que a demanda doméstica por aços planos deve apresentar crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Em projeção elaborada para ser apresentada hoje, em reunião com analistas na Apimec, a companhia estima que o consumo aparente por aços planos no Brasil deve crescer 4,7% em 2020, para 12,9 milhões de toneladas. Em 2019, a empresa, que responde por 24% do mercado, estima que o consumo fique em 12,3 milhões de toneladas.
De acordo com a siderúrgica, a demanda interna será impulsionada por melhores condições econômicas e aumento da confiança do mercado. Um dos sinais dessa melhora é a estimativa de crescimento superior a 10% em 2020 na produção de produtos de linha branca, outro é o aumento de vendas de empreendimentos residenciais. A companhia acrescenta que não há ocorrência de impactos adicionais da Argentina.
De acordo com a CSN, os preços domésticos têm potencial para acompanhar os recentes movimentos globais. A empresa diz que os níveis baixos de estoque, a demanda resiliente e o equilíbrio no consumo da China devem manter forte o mercado global de aço.
A apresentação da companhia também destacou a melhora da produtividade. De acordo com a CSN, os investimentos de R$ 400 milhões em reparos no alto-forno 3 permitiram restaurar as condições normais de operação e elevar a produção de 7,2 mil toneladas por dia para 9,2 mil toneladas. A companhia estima que a produção de placas cresça 60% em 2020, para 4,65 milhões de toneladas em 2020.
Embora possivelmente termine com produção 27% inferior em 2019 em relação a 2018 — com 2,9 milhões de toneladas de placas de aço —, a CSN chamou atenção pela redução significativa dos custos devido à melhora de produtividade. A companhia diz que em dezembro o custo por tonelada de placa de aço produzida caiu R$ 350 em comparação ao observado no fim do terceiro trimestre.
Os investimentos da empresa para melhora de produtividade devem totalizar R$ 1,3 bilhão de 2019 até 2023, com melhorias como menor entrada de minério de ferro na sinterização e consumo de energia mais eficiente.
Com as melhorias, a companhia estima que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização por tonelada de aço longo chegue a US$ 106 em 2020 e US$ 165 em 2023. A média entre 2015 e 2018 para esse indicador foi de US$ 149. “A redução nos custos em razão dos investimentos conduz as margens de aço a níveis históricos. Aumentos adicionais virão com o aumento de preço”, diz a companhia.
O desempenho da siderurgia também deve reportar melhora. O volume de vendas de aço deve chegar a 5,2 milhões em 2020, de acordo com a CSN.
Mineração
A CSN acredita que o preço do minério de ferro em 2020 tende a permanecer nos níveis atuais, especialmente porque os volumes no Brasil levarão até três anos para retornar completamente. No entanto, os baixos custos de produção e um mercado mais diversificado devem garantir forte geração de caixa e expressivo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês).
Em sua apresentação, a companhia afirma também que as minas chinesas que retornaram temporariamente em 2019 provavelmente permanecerão fora do mercado. Em comparação ao período de 12 meses acumulados ao fim do terceiro trimestre, a companhia projeta um crescimento 5% no volume de vendas de minério de ferro em 2020.
A demanda da divisão também deve ser fortalecida pelo aumento de consumo, pela China de “pellet feed”, matéria-prima para produção de pelotas, mas que também é vendida separadamente como produto de qualidade. Segundo dados apresentados pela empresa, a demanda chinesa de “pellet feed” deve subir 27% de 2019 para 2025.
Sobre sua divisão de mineração, a companhia também destacou o investimento de R$ 400 milhões, até 2023, para descaracterização, segurança e monitoramento de barragens de rejeitos.
A CSN informou que tem feito expansão gradual e rentável de seus ativos de mineração. Para a planta de Itabirito, em Minas Gerais, a companhia anunciou investimento de US$ 500 milhões para projeto de expansão no início de 2022. A empresa diz que analisa a possibilidade de utilizar total das reservas para produção de “pellet feed”.
A empresa também detalhou os investimentos em três fases feitos na Estanhos de Rondônia (Ersa), totalizando R$ 211,8 milhões . A estimativa é de que a partir de 2025, a unidade tenha capacidade de produção de estanho fundido e columbita de 3,96 milhões de toneladas por ano.
Fonte: Portos e Navios