Gerdau está bem posicionada para aumento da demanda de aço

Fonte: InfoMoney

O HSBC realizou uma análise sobre as empresas de mineração, reiterando a recomendação neutra para as ações da Gerdau (GGBR4) e da Metalúrgica Gerdau (GOAU4). De acordo com o analista do banco, Jonathan Brandt, apesar das avaliações caras da empresa, a empresa está bem posicionada para se aproveitar de um aumento da demanda de aços longos no Brasil, e menos suscetíveis ao aumento das importações, mas seguem cautelosos com a exposição da empresa ao dólar.

O analista ressalta que a Gerdau teve o melhor desempenho no preço de ações da indústria siderúrgica brasileira nos dois últimos meses, com alta de 40%, ante aumento de 32% na CSN (CSNA3), 18% para os ativos preferenciais da Usiminas (USIM3;USIM5) e alta de 18% para o Ibovespa, no mesmo período. “Acreditamos que isso foi em grande parte uma função da melhoria do otimismo na economia doméstica causada pelos gastos com infraestrutura e, portanto, pelos preços de aços longos”, avalia.

Brandt ressalta ainda que a companhia está implementando aumentos nos preços do mercado doméstico e, no exterior, parece ter se beneficiado do aumento dos preços do aço nos EUA nos últimos dois meses. Desse modo, o analista aumentou o preço-alvo para os ativos GGBR4, de R$ 15,00 para R$ 19,00, configurando um potencial de valorização de 3,54% em relação ao fechamento de quinta-feira (9), enquanto elevou o preço-alvo dos papéis GOAU4 de R$ 19,00 para R$ 25,00 – com um potencial de valorização de 9,51% frente ao mesmo período de fechamento.

2012 mais positivo, mas cautela continua
O analista afirma ainda que os números macroeconômicos recentes nos EUA têm indicado um 2012 mais positivo que o esperado. Além disso, o índice ABI (Architectural Billings Index) indica possível expansão da construção não-residencial. Já a venda de automóveis nos EUA e Brasil continuam sólidas, avalia Brandt, beneficiando a Gerdau principalmente em sua divisão de aços especiais.

Porém, o analista avalia que questiona a sustentabilidade das altas no mercado internacional.”Mantemos a cautela sobre a Gerdau, pois embora esses fatores positivos tenham motivado a alta nas ações, acreditamos que os preços do aço americano não são sustentáveis, já que os da sucata e de matérias-primas estão em queda, pelo menos em comparação com as médias do ano”, observa Brandt.

Entretanto, o analista gosta da exposição da companhia no mercado de aços longos, o qual avalia estar em melhor situação que o de aços planos. “O aço longo não enfrenta o mesmo tipo de pressões de importações que o aço plano, apesar de acreditarmos que a ameaça das importações irá manter o prêmio do preço na faixa de um dígito”.