Mercado reduz projeção de alta do PIB e eleva expectativa da Selic para 2022
A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2021 voltou a cair, de 4,71% para 4,65%, no Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (13) com estimativas coletadas até o fim da semana passada.
Para 2022, o ponto-médio das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi reduzido de 0,51% para 0,50%. Para 2023, caiu de 1,95% para 1,90%. Para 2024, recuou de 2,10% para 2,00%.
A economia brasileira encolheu 0,1% no terceiro trimestre do ano, em comparação ao segundo, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no começo de dezembro, caracterizando a entrada em recessão técnica — dois trimestres seguidos de contração —, com a queda de 0,4% no segundo trimestre em relação ao anterior, dado revisado de uma queda de 0,1% divulgada anteriormente.
Analistas consideram que, na prática, a economia está estagnada e sem perspectiva de melhora substancial no futuro próximo. O número ficou abaixo da mediana das expectativas de 46 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que era de estabilidade, com intervalo de projeções indo de -0,6% a +0,3%.
Para a taxa básica de juros (Selic), o ponto-médio das expectativas subiu de 11,25% para 11,50% em 2022, ficou em 8,00% para 2023 e permaneceu em 7,00% para 2024.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu elevar a Selic em 1,5 ponto percentual, na última reunião do ano, na semana passada, passando de 7,75% para 9,25% ao ano, o maior patamar desde outubro de 2017. Foi a sétima alta consecutiva e já era esperada pelo mercado. No comunicado, o Copom informou que antevê outro ajuste da mesma magnitude na próxima reunião, prevista para os dias 1º e 2 de fevereiro de 2022.
A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,75% em 2021, 3,50% em 2022, 3,25% em 2023 e 3,00% em 2024, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A mediana das projeções dos economistas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 permaneceu caiu, de 10,18% para 10,05%, segundo o Focus.
A mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi elevada de R$ 5,56 para R$ 5,59, segundo o Focus.
Para 2022, o ponto-médio das projeções para a moeda americana ficou parado em R$ 5,55. Para 2023, permaneceu em R$ 5,40. Para 2024, ficou em R$ 5,30.
TOP 5
A mediana das estimativas para o IPCA neste ano caiu de 10,30% para 10,05% entre os economistas que mais acertam as previsões compiladas pelo BC, os chamados Top 5, de médio prazo.
Para 2022, o ponto-médio das expectativas para a inflação oficial brasileira recuou de 6,06% para 5,02%. Para 2023, foi de 3,50% para 3,46%, entre uma semana e outra. Para 2024, foi de 3,50% para 3,08%.
A projeção para a Selic nesse seleto grupo foi de 12,75% para 11,50% para 2022, caiu de 9,50% para 8,00% em 2023 e subiu de 6,50% para 7,00% em 2024.
A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,75% em 2021, 3,50% em 2022, 3,25% em 2023 e 3,00% em 2024, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para o dólar, os campeões de acertos elevaram as estimativas de R$ 5,50 para R$ 5,59 no fim deste ano. Para 2022, foram reduzidas de R$ 5,60 para R$ 5,5. Em 2023, foram de R$ 5,50 para R$ 5,40. Em 2024, foram de R$ 5,45 para R$ 5,29.
Desde a penúltima semana de janeiro, o boletim Focus não traz mais as apostas dos economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, que passaram a ser divulgadas pelo BC apenas por meio do Sistema Expectativas de Mercado, cuja atualização também é realizada às segundas-feiras — ou no primeiro dia útil seguinte, no caso de feriados —, às 9h.
Fonte: Aço Brasil