Usiminas reduz perdas e custos de produção
Siderúrgica mineira apurou prejuízo líquido de R$ 195 milhões no quarto trimestre, ante R$ 1,6 bi negativos em 2015. Reestruturação ajudou empresa
A Usiminas, dona da maior capacidade de produção no Brasil de aços planos, começa a dar sinais de que pode estar deixando para trás a pior fase de perdas de sua história.
A empresa, que divulgou ontem os resultados do quarto trimestre de 2016, amargou prejuízo líquido de R$ 195 milhões no período. Entretanto, registrou lucro operacional de $ 223,4 milhões, o melhor nos últimos 11 trimestres. O indicador aponta que, embora a companhia esteja deficitária, a produção de aço foi lucrativa.
Apesar de um balanço mais negativo na comparação com julho a setembro, quando o prejuízo foi de R$ 107 milhões, as perdas caíram de forma significativa ante o quarto trimestre de 2015 (R$ 1,627 bilhão negativos). Em 2016, o prejuízo líquido acumulado foi de R$ 577 milhões, frente a R$ 3,6 bilhões de prejuízo em 2015.
“Começamos a trabalhar na reversão dos resultados da Usiminas desde 2015. Adotamos uma série de medidas para adequar a Usiminas ao tamanho do mercado brasileiro. Os números mostram que as decisões que tomamos nos levaram ao caminho certo”, afirma o presidente da companhia, Rômel Erwin de Souza.
Desde 2015, a Usiminas vem adotando medidas drásticas frente a turbulência vivida na indústria do aço no Brasil. Com a paralisação da atividade das áreas primárias (coqueria, sinterização, altos-fornos e aciaria) da usina de Cubatão (SP), há um ano, demitiu 1,8 mil empregados diretos. A companhia tem adotado ainda intensa redução de custos operacionais. A empresa tem sido afetada, também, pelo conflito de seus principais acionistas desde o fim de 2014, a japonesa Nippon Steel e a ítalo-argentinaTernium/Techint.
O presidente da Usiminas diz que o prejuízo no último trimestre de 2016 reflete eventos extraordinários, entre eles o gasto de mais de R$ 70 milhões para antecipar o fim de um contrato com um fornecedor. O Ebtida – lucro antes de descontar juros, impostos, depreciação e amortização – de
R$ 234,1 milhões, também foi impactado, em lugar dos
R$ 306,9 milhões no terceiro trimestre. Sem esses eventos, teria alcançado R$ 350 milhões, de acordo com Rômel Souza.
As vendas de aço da Usiminas encolheram 26% na comparação entre os últimos trimestres de 2016 e 2015. Entre outubro e dezembro, foram comercializados 891 mil toneladas, quanto no mesmo período do ano anterior a comercialização havia sido de 1,2 milhão de toneladas. Se considerado o balanço anual, a queda se mantém em 26%, de 4,9 milhões de toneladas em 2015 para 3,6 milhões no ano passado.
“Reduzimos o custo dos produtos vendidos em 20,4% e as despesas gerais e administrativas em 19,5%. Ou seja, entramos em 2017 mais competitivos e otimizados, na expectativa de que as projeções de crescimento do mercado de aços planos, ainda que moderadas, possam nos trazer resultados continuamente melhores”, afirmou Souza. A expectativa é de aumento de volume nas vendas para o mercado interno em torno de 3% a 4% neste ano, segundo o presidente da Usiminas.
A empresa reduziu sua dívida bruta em 11%, de R$ 7,7 bilhões, no quarto trimestre de 2015, para R$ 6,893 bilhões no quarto trimestre de 2016. O caixa da empresa melhorou e passou de $ 2,024 bilhões para R$ 2,257 bilhões. Na Bolsa de Valores de São Paulo, as ações ordinárias da companhia USIM3 reagiram ontem, com valorização de 4,06%, cotadas a R$ 9,73 às 17h54. Já os papéis preferenciais (USIM5), cotados a R$ 5,45, tiveram queda de 0,18% quase ao fim do pregão.
Fonte: Aço Brasil